Educação |
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por: Valter A. Costa
19/11/2013
Orfandade Precoce
Irineu Laino Junior
Relógio despertador tocando
Barulho do ranger de portas de madeira se abrindo
Chinelos arrastando-se pelo chão de taco
Janelas se abrindo permitindo a entrada do sol da manhã
É cedo...
Um rádio á pilha modulado em frequência AM
Completa a sonoplastia do ambiente
Misturado aos sons de pigarro
Em meio a fumaça do Belmont filtro vermelho
É cedo...
O pensamento ainda está confuso
Parece dançar ao som da enceradeira
Que, neste momento, passa ser protagonista
O banheiro se mostra tão looonge
É cedo...
Tudo é tão perfeito
O aroma do café coado em filtro de pano
Canecas de ponta cabeça em meio á mesa descalçada
O bule avisa que o leite está quente
E o quadro Pfizer parece sorrir na parede
Já não é tão cedo...
A alvorada já não é mais anunciada
As portas calaram-se
O espelho do corredor reflete a imagem de sapatos e tamancos negros em movimentos
O sol está preso do lado de fora
Silêncio...
Sussurros e olhares distantes
Parece que um beija flor bateu asas na varanda
Ou seria o pouso silencioso de uma Fênix?
O Belmont está tão curto em meio às cinzas do cinzeiro tripé de bambú
Os pensamentos, já não mais dançam confusos
Tudo parece tão real, vazio...
A mesa está vazia
E o quadro desalinhou-se da parede
É tarde...
Sobre o autor
Aos 37 anos, Irineu Laino Junior é professor da Rede Estadual de Ensino de São Paulo e estudante do último ano de graduação do curso Letras - Licenciatura Plena - pela Faculdade Santa Izildinha. Atualmente leciona Língua Portuguesa na E.E Sapopemba.
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